Desde sua origem, o Cinema naturalmente foi fascinado por tudo o que se movia, o que incluía registrar pessoas dançando. Há experiências dos irmãos Lumiere no final do século XIX e dezenas de filmes de estúdio produzidos por Thomas Edison no início do século XX. Mais tarde, o advento do som trouxe os musicais, abrindo um grande universo para a dança, dos duetos mais simples às coreografias mais mirabolantes, com os diretores e fotógrafos sempre buscando formas inusitadas de mostrar tudo isso. Os personagens não precisavam ser necessariamente dançarinos e também ninguém se importava de ver as pessoas começando a cantar e dançar sem qualquer motivo. De vez em quando surgia uma história em que nem tudo era tão gratuito: a dança entrava na trama porque os personagens realmente eram dançarinos.
A despeito da existência de tantos documentários excelentes sobre o tema, de tantos musicais magistralmente coreografados, e também de tantos filmes experimentais já feitos sobre esta arte tão extraordinária, procuramos reunir aqui filmes de ficção em que a dança é o tema principal ou, pelo menos, bastante relevante. Obviamente limitamos a listagem e, como sempre, ausências serão sentidas (como colocar tantos filmes de Fred Astaire, por exemplo?; ou as muitas bombas feitas sobre o tema?). Há algumas biografias, mas a grande maioria é mesmo sobre personagens em que a dança está no centro da trama: é paixão, é refúgio, é liberdade, é sonho.
THE WHIRL OF LIFE
The whirl of life, EUA, 1915, 60’
De Oliver D. Bailey
Com Vernon Castle, Irene Castle, Arthur Stanford
Vernon e Irene Castle foram famosos dançarinos de salão. O enredo do filme é uma interpretação livre da autobiografia do casal, no tom melodramático típico do período. Em 1939 foi realizada por H.C. Potter uma versão da vida do casal, interpretado por Fred Astaire e Ginger Rogers, intitulado A Vida de Vernon e Irene Castle.
O PICOLINO
Top hat, EUA, 1935, 101’
De Mark Sandrich
Com Fred Astaire, Ginger Rogers, Edward Everett Horton
Em Londres, Jerry Travers, um dançarino americano, está ensaiando um número de sapateado em seu quarto de hotel, pois foi contratado por Horace Hardwick, um empresário, para fazer um show. Entretanto, ele acaba incomodando a bela Dale Tremont, a vizinha do quarto embaixo, que aparece para reclamar. Logo Jerry fica apaixonado e, gradativamente, ela também começa a flertar com Jerry. É quando ela pensa que ele é Horace, o marido de Madge Hardwick, sua melhor amiga, pois Jerry estava no quarto de Horace. Ele precisa fazer o possível para desfazer a confusão e conquistá-la. Cheek to Cheek é um dos mais conhecidos e queridos números de dança de toda a história do Cinema.
DANÇARINA RUSSA
On your toes, EUA, 1939, 94’
De Ray Enright
Com Vera Zorina, Eddie Albert, Alan Hale
Junior Donal é um ex-astro de vaudeville e atualmente professor de música na Universidade de Knickerbocker em Nova York. Ele pede ajuda à patronesse Peggy Porterfield para persuadir Sergei Alexandrovich, o diretor do Ballet Russo, a encenar o balé Slaughter on Tenth Avenue. Junior se envolve com a estrela da companhia, Vera Barnova, e também assume o principal papel masculino no espetáculo. Tudo isso enfurece o amante e parceiro de dança de Vera, que contrata dois capangas para matar Junior enquanto ele está se apresentando no palco. Os números de dança foram coreografados pelo russo George Balanchine.
A DANÇA INACABADA
The unfinished dance, EUA, 1947, 101’
De Henry Koster
Com Cyd Charisse, Margaret O’Brien, Karin Booth
A menina Meg, uma estudante de balé, idolatra a bailarina Ariane, uma estrela em ascensão. Ao descobrir que Ariane vai perder para outra o papel principal em O lago dos cisnes, Meg provoca um acidente e é tomada pela culpa, enquanto Ariane brilha. Para uns, um melodrama sem maiores qualidades, que vale pela presença de Charisse; para outros, um filme raro e importante dentro do tema, ao revelar o lado sombrio do universo da dança.
OS SAPATINHOS VERMELHOS
The Red Shoes, Reino Unido, 1948, 133’
De Michael Powell e Emeric Pressburger
Com Moira Shearer, Anton Walbrook, Marius Goring
A jovem e promissora bailarina Victoria Page é escolhida para estrelar uma nova montagem de Os sapatinhos vermelhos na companhia comandada por Boris Lermontov. Autoritário e exigente, o empresário demanda de seus bailarinos dedicação total e uma vida devotada à dança. Mas Victoria coloca sua grande chance em risco ao se apaixonar pelo compositor Julian Craster. Criada no século XIX pelo dinamarquês Hans Christian Andersen, a fábula é recriada no filme com ironia e possibilita um retrato bastante fiel do mundo da dança, com suas obsessões, rivalidades, dedicação, e toda a complexidade das relações. Oscar de Melhor Direção de Arte em Cores e Melhor Trilha Sonora.
NÚPCIAS REAIS
Royal Wedding, EUA, 1951, 93’
De Stanley Donen
Com Fred Astaire, Jane Powell, Peter Lawford, Sarah Churchill
Tom e Ellen Bowen são irmãos e se apresentam juntos num espetáculo de dança em Nova York. Quando a temporada se encerra, seu agente marca apresentações em Londres no período do Casamento Real. Eles embarcam em um cruzeiro para chegar à Inglaterra, onde a aparente inocência de Ellen encanta o lorde John Brindale. O affair de Ellen e John faz com que ela perca ensaios com o irmão, que percebe que a garota não leva a vida de dançarina tão a sério. Chegando a Londres, além de participar de diversas audições, Tom acaba conhecendo Ann, por que acaba se apaixonando. Agora os irmãos encontram-se completamente indecisos entre suas paixões e a vida de dançarinos. Neste filme Astaire apresenta um dos mais surpreendentes números de todos os tempos, dançando nas paredes e no teto de um quarto de hotel.
CONVITE À DANÇA
Invitation to the Dance, EUA, 1956, 93’
De Gene Kelly
Com Gene Kelly, Igor Youskevitch, Claire Sombert
O filme não possui diálogos, com os personagens realizando seus papéis inteiramente através da dança e mímica. Kelly aparece em todas as três histórias, que apresentam importantes bailarinos da época, incluindo Tommy Rall, Igor Youskevitch, Tamara Toumanova e Carol Haney. A terceira história, Sinbad the Sailor, mistura live-action com animações de Hanna-Barbera. O filme foi feito em 1952, mas seu lançamento foi adiado até 1956 por dúvidas da Metro-Goldwyn-Mayer sobre sua viabilidade comercial. O filme não foi muito bem nas bilheterias, mas é considerado hoje um marco em seu estilo.
DUAS GAROTAS ROMÂNTICAS
Les demoiselles de Rochefort, França, 1967, 120’
De Jacques Demy
Com Catherine Deneuve, Françoise Dorléac, George Chakiris, Gene Kelly
Delphine e Solange são duas irmãs de 25 anos que vivem em Rochefort, na França. Delphine é professora de dança, enquanto Solange ensina piano. Ambas sonham em encontrar um grande amor, assim como os rapazes que chegam à cidade e passam a frequentar o bar da família. A trilha sonora é do consagrado Michel Legrand.
ISADORA
Isadora, Reino Unido/França, 1968, 131’
De Karel Reisz
Com Vanessa Redgrave, James Fox, Jason Robards
Estados Unidos, década de 1920. Isadora Duncan, desinibida sexualmente e favorável à liberdade pessoal e de expressão, chocava a sociedade conservadora da época. Com elementos da dança grega clássica e nudez, ela escreveu um novo capítulo na história do balé, trazendo-o para a modernidade. Projetos pró-soviéticos, amor livre, dívidas, roupas extravagantes, filhos dentro e fora do casamento, tudo melindrava as plateias de seu tempo. Casou-se duas vezes: com o milionário do ramo de máquinas de costura Paris Singer e depois com o poeta russo Sergei Essenin. Entre vitórias e fracassos, teve uma vida marcada por tragédias. Melhor Atriz no Festival de Cannes 1969.
A NOITE DOS DESESPERADOS
They shoot horses, don’t they?, EUA, 1969, 129’
De Sydney Pollack
Com Jane Fonda, Michael Sarrazin, Gig Young, Susannah York
Esta é uma história cruel e selvagem que tem lugar entre os participantes de uma maratona de dança durante a Grande Depressão americana. Rocky é o detestável mestre de cerimônias de um concurso que oferece 1.500 dólares ao vencedor. Uma pequena fortuna para essa dura época em que a falta de emprego e a péssima economia atingem a população, principalmente os participantes, que estão à beira do desespero: Gloria, uma mulher infeliz e deprimida que faz dupla com Robert, um jovem que participa por acaso; Ruby, uma garota que está grávida, e seu marido James; um marinheiro e seu par; e aspirantes a atriz e ator, à procura de visibilidade. Na medida em que o concurso se estende ao segundo mês, raiva, dúvidas e insegurança atingem todos os participantes, levando a um chocante final. Oscar de Melhor Ator Coadjuvante (Gig Young).
OS EMBALOS DE SÁBADO À NOITE
Saturday night fever, EUA, 1977, 118’
De John Badham
Com John Travolta, Karen-Lynn Gorney, Donna Pescow
Tony Manero tem 19 anos e trabalha em uma pequena loja de tintas no Brooklyn. Descontente com seu trabalho, Tony se encontra quando está na pista de dança no clube noturno Odisséia 2001. Ele está sempre com seus amigos e com a rebelde Annette, que é apaixonada por Tony e sua parceira de dança. Para desespero de Annette, a parceria é desfeita quando Tony conhece Stephanie Mangano, uma secretária que aceita participar com ele de um concurso no clube. O filme foi um ícone da década de 70 e consagrou a disco music. Sua riquíssima trilha sonora tem vários hits dos Bee Gees que marcaram época, assim como as coreografias de Tony Manero.
MOMENTO DE DECISÃO
The Turning Point, EUA, 1977, 119’
De Herbert Ross
Com Anne Bancroft, Shirley MacLaine, Leslie Browne
Duas amigas bailarinas, Emma e Deedee, tomaram rumos opostos na vida. Enquanto Emma investiu na carreira e alcançou o estrelato, Deedee optou por se casar e constituir família. Sua filha mais velha, Emilia, tem a oportunidade de dançar em Nova York e Deedee a acompanha. Lá renasce uma antiga rivalidade quando as amigas se encontram. Enquanto isto Emilia se envolve e se decepciona com o bailarino russo Yuri Kopeikine (Mikhail Baryshnikov), e prepara sua estreia, enquanto Deedee e Emma, agora sua mentora, continuam com a amizade estremecida, mas ambas torcendo pelo sucesso da jovem. Indicado a onze Oscar, não levou nenhum, sendo lembrado hoje apenas pelas ótimas atuações das protagonistas e pela estreia de Baryshnikov nas telas.
ALL THAT JAZZ – O SHOW DEVE CONTINUAR
All that Jazz, EUA, 1979, 123’
De Bob Fosse
Com Roy Scheider, Jessica Lange, Leland Palmer
Joe Gideon é um diretor de cinema e coreógrafo mulherengo, que trabalha simultaneamente na edição de seu filme e nos ensaios de um musical. Ele sofre um enfarte e, com a vida por um fio, revê momentos da sua vida, transformando-os em números musicais. Sua atenção é disputada por quatro mulheres: sua namorada, a ex-esposa, a filha e a Morte. Bob Fosse assume que o filme tem muito de autobiográfico. Palma de Ouro no Festival de Cannes 1980 e Oscar de Melhor Montagem, Direção de Arte, Figurino e Trilha Sonora Adaptada.
NIJINSKY – UMA HISTÓRIA REAL
Nijinsky, EUA, 1980, 129’
De Herbert Ross
Com Alan Bates, George De La Pena, Leslie Browne
Biografia de um dos maiores mitos do balé mundial, Nijinsky, que causou polêmica dentro e fora do mundo da dança. Ao mesmo tempo em que chocava o público com coreografias ousadas e inovadoras, causou alvoroço ao formar um triângulo amoroso com sua mulher e seu empresário. Baseado no livro escrito por Romola Nijinsky, o filme peca por ser burocrático, o oposto do gênio que retrata.
BODAS DE SANGUE
Bodas de sangre, Espanha/França, 1981, 72’
De Carlos Saura
Com Antonio Gades, Cristina Hoyos, Juan Antonio Jiménez
Primeiro filme de uma trilogia flamenca realizada por Carlos Saura, que se completa com Carmen e Amor Bruxo, é a autêntica celebração de uma das grandes artes da cultura espanhola. Antonio Gades, gênio da dança flamenca, transformou em balé uma das mais populares histórias de Federico Garcia Lorca, sobre uma trágica cerimônia de casamento. E Carlos Saura o filmou de forma brilhante, começando com os dançarinos no camarim e depois mostrando o ensaio num belo salão. A genialidade de Saura está em nos fazer esquecer de tudo – de que estamos num salão, num ensaio, num filme – e mergulhar no intenso drama.
O BAILE
Le bal, Itália/França/Argélia, 1983, 112’
De Ettore Scola
Com a Companhia Théatre du Campagnol
Um filme que mostra as transformações sociais e culturais na França, dos anos 30 aos 80, em um único salão de baile, onde pessoas se encontram e se relacionam. Sem diálogo algum, acompanhamos através da dança o surgimento, em 1936, da Frente Popular dando força à classe trabalhadora; em seguida, temos a ocupação nazista durante a 2ª Guerra Mundial; em 1944, quando Paris é libertada pelas forças aliadas, um oficial alemão e um colaborador são repelidos, enquanto um membro da Resistência é recebido como herói, ao mesmo tempo em que explode a música americana; em 1946, soldados americanos trazem meias de seda e o jazz; em 1956, chega o rock’ n’ roll; em 1968, estudantes radicais tomam conta do abandonado salão de baile; em 1983, é a vez da disco music. E o baile termina melancolicamente. Melhor Diretor no Festival de Berlim 84 e Melhor Filme, Diretor e Música no César 84.
CARMEN
Carmen, Espanha, 1983, 102’
De Carlos Saura
Com Antonio Gades, Laura del Sol, Cristina Hoyos
Segundo filme da trilogia flamenca realizada por Carlos Saura. Um grupo de dançarinos flamencos prepara uma versão de Carmen. O coreógrafo acaba se apaixonando pela dançarina principal, mas o romance do casal se confunde com a história de Prosper Mérimée. Apesar de cultuado e premiado (Contribuição Artística e Grande Prêmio Técnico no Festival de Cannes 83), o filme é prejudicado pela atuação narcisista de Antonio Gades.
FLASHDANCE – EM RITMO DE EMBALO
Flashdance, EUA, 1983, 95’
De Adrian Lyne
Com Jennifer Beals, Michael Nouri
Inspirado na vida da canadense Maureen Marder, o filme retrata uma jovem de garra e talento, Alex, que não mede esforços para realizar o sonho de se tornar uma bailarina. Ela trabalha durante o dia como operária e à noite como dançarina numa boate. Alex acaba se envolvendo com seu chefe, ao mesmo tempo em que ensaia para se candidatar a uma escola de dança de prestígio. O culto ao filme rendeu citações em clips, com a famosa cena da água sendo imitada muitas vezes. Oscar 84 de Melhor Canção para Flashdance…What a Feeling.
FOOTLOOSE – RITMO LOUCO
Footloose, EUA, 1984, 107’
De Herbert Ross
Com Kevin Bacon, Lori Singer, John Lithgow
Ren McCormick é um rapaz criado numa metrópole que se muda para uma cidade pequena do interior. Disposto a organizar um baile de formatura, Ren acaba descobrindo que dançar não é permitido na cidade. Apaixonado por música, Ren decide lutar pela restauração da dança e acaba conquistando o coração de Ariel Moore. Entretanto, Ariel é a filha do conservador reverendo Shaw Moore, responsável pelo banimento da dança na cidade. Produção modesta e grande sucesso na época de seu lançamento, o filme faturou dez vezes o que custou.
O SOL DA MEIA-NOITE
White nights, EUA, 1985, 136’
De Taylor Hackford
Com Mikhail Baryshnikov, Gregory Hines, Isabella Rossellini
Nikolay Rodchenko, um famoso bailarino soviético, havia desertado para viver nos Estados Unidos. A caminho do Japão, o avião onde viaja sofre pane e a única saída é pousar numa base militar da União Soviética. Apesar dos apelos de sua empresária, Rodchenko é preso. Para vigiá-lo usam um dançarino amador, o americano Raymond Greenwood que, quando soldado na Guerra do Vietnã, fez o caminho inverso ao de Rodchenko: desertou e foi viver na União Soviética, onde se casou com uma russa. Os dois artistas iniciam um convívio conturbado, que aos poucos se converte em amizade. Oscar de Melhor Canção (Say you, say me, de Lionel Richie).
AMOR BRUXO
El amor brujo, Espanha, 1986, 100’
De Carlos Saura
Com Antonio Gades, Cristina Hoyos, Laura del Sol
Terceiro filme da trilogia flamenca realizada por Carlos Saura, que aqui investiga as influências ciganas na concepção da cultura flamenca, embalada sonoramente pelas criações de Manoel De Falla. Candela e José foram prometidos por seus pais desde crianças. Durante a festa de casamento, José é assassinado. Candela passa a se martirizar e todas as noites vai ao local do crime em busca de visões do seu marido.
DIRTY DANCING – RITMO QUENTE
Dirty Dancing, EUA, 1987, 100’
De Emile Ardolino
Com Patrick Swayze, Jennifer Grey
O ano é 1963 e Baby Houseman é uma garota de 17 anos que vai passar férias com sua família em um Hotel. Entediada com sua irmã e os outros hóspedes mais velhos, uma noite ela ouve uma música vinda do dormitório dos empregados e vai conferir o que está acontecendo. Baby é atraída não apenas pela música e pela maravilhosa dança que vê, mas também pelo charmoso instrutor de dança Johnny Castle, por quem se apaixona. Mas intrigas e mal-entendidos fazem com que os pais dela censurem o romance. O clímax, ao som de (I’ve dad) The time of my life (premiada com o Oscar e o Globo de Ouro), garantiu seu lugar na memória de espectadores.
VEM DANÇAR COMIGO
Strictly Ballroom, Austrália, 1992, 94’
De Baz Luhrmann
Com Paul Mercurio, Tara Morice, Bill Hunter
A Federação de Dança rege os passos de seus dançarinos quando surge Scott Hasting, um jovem de 21 anos que desafia toda uma estrutura para ter liberdade artística. O preço é o abandono de sua parceira às vésperas do grande concurso de dança, no qual teriam ótimas chances de vitória. É quando conhece Fran, de família espanhola, que lhe ensina o jeito latino de dançar. Ensaiam em sigilo, incansavelmente. Chega o esperado dia do concurso, porém intrigas e preconceito podem colocar fim ao sonho. Um dos filmes mais deliciosamente bregas já realizados! Quem se deixa levar pelos clichês e pelo exagero se diverte muito. Melhor Trilha Sonora Original, Figurino e Direção de Arte no BAFTA 93.
BILLY ELLIOT
Billy Elliot, Reino Unido/França, 2000, 110’
De Stephen Daldry
Com Jamie Bell, Julie Walters, Jamie Draven
Billy Elliot tem onze anos e vive numa pequena cidade inglesa, onde o principal meio de sustento são as minas de carvão. O pai o envia para a academia para aprender boxe, mas Billy não gosta do esporte. Um dia vê por acaso uma aula de balé acontecendo no ginásio, enquanto o estúdio estava sendo usado como cozinha para os mineiros em greve. Sem o conhecimento do pai, Billy inicia as aulas de balé, mas é descoberto e proibido de continuar. Apaixonado pela dança e talentoso, Billy continua secretamente a participar das aulas, contando com a ajuda de sua professora de dança. Melhor Filme Britânico, Ator e Atriz Coadjuvante no BAFTA 2001.
HAIRSPRAY: EM BUSCA DA FAMA
Hairspray, EUA/Reino Unido, 2007, 117’
De Adam Shankman
Com Nikki Blonsky, John Travolta, Zac Efron, Christopher Walken
1962, Baltimore. O sonho de todo adolescente é aparecer no The Corny Collins Show, o programa de dança mais famoso da TV. Tracy Turnblad é uma jovem gordinha que tem paixão pela dança. Ao fazer um teste ela impressiona os juízes e, desta forma, conquista um lugar no programa. Logo ela alcança o sucesso, ameaçando o reinado de Amber Von Tussle. As duas passam também a disputar o amor de Link Larkin. Aos poucos Tracy descobre o preconceito racial, decidindo usar sua fama para promover a integração. Essa versão de 2007 é baseada no musical da Broadway de 2002, que por sua vez foi baseado no filme de 1988 do cineasta John Waters.
CISNE NEGRO
Black Swan, EUA, 2010, 108’
De Darren Aronofsky
Com Natalie Portman, Mila Kunis, Vincent Cassell, Barbara Hershey
Com a aposentadoria da primeira bailarina de uma companhia, Nina tem a chance de ficar com o posto, mas ela possui sérios problemas pessoais, especialmente com sua mãe. Pressionada por Thomas Leroy, um exigente diretor artístico, ela passa a enxergar uma concorrência desleal vindo de suas colegas, em especial Lilly, com quem desenvolve uma relação conflituosa. Em meio a tudo isso, busca a perfeição nos ensaios para o maior desafio de sua carreira: protagonizar O Lago dos Cisnes. Na busca pelo lado sombrio do Cisne Negro, Nina acaba causando um conflito dentro de sua conturbada mente, e nessa obsessão ela pode acabar destruindo sua sanidade. Oscar de Melhor Atriz e outros 103 prêmios.
JIMMYS’S HALL
Jimmys’s Hall, Reino Unido/Irlanda/França, 2014, 109’
De Ken Loach
Com Barry Ward, Jim Norton, Simone Kirby, Francis Magee, Aileen Henry
Leitrim, Irlanda, 1932. Jimmy Gralton retorna à cidade em que nasceu após um autoexílio de 10 anos em Nova York, devido à perseguição que sofreu dos líderes locais pelo fato de ser comunista e defensor da liberdade de expressão. Ele pretende levar uma vida pacata, mas os jovens da cidade e seus velhos amigos insistem para que reabra o antigo salão, onde a população em geral podia ter aulas de graça e ainda se divertir em animados bailes. A iniciativa não agrada o padre Sheridan, que logo se torna um ferrenho opositor de Gralton.